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Gestão em SST - NRs -

Motivos para investir na Certificação em Higiene Ocupacional

20/10/2021

O mundo do trabalho, bem como suas relações, modifica-se a cada dia. Para atender à demanda constante dos consumidores, a indústria da transformação, empresas de serviços e comércio, são desafiadas a olhar profundamente para seus processos e se modernizarem, desenvolvendo novas formas de trabalho e investindo em tecnologia. Associado a isto, existem diversos requisitos legais em constante atualização, que regulamentam as empresas e as relações entre empregador e empregado, cujo cumprimento é obrigatório. O equilíbrio entre estas questões permite às organizações se manterem ativas no mercado.

De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Brasil apenas em 2019 ocorreram 582.507 (quinhentos e oitenta e dois mil e quinhentos e sete) acidentes de trabalho (incluindo acidente típico, acidente de trajeto e doenças ocupacionais) com e sem CAT registrada. Ou seja, a cada dia vários trabalhadores ainda são afastados de suas atividades laborais por doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, ocasionadas pela exposição a diversos agentes de risco muitas vezes sem possuir as medidas de proteção ou pela ineficácia delas. Este cenário gera um grande déficit para o trabalhador, as empresas e à sociedade.

Diante desta problemática, faz-se necessário que as organizações invistam no seu “ativo” mais importante, o SER HUMANO, melhorando as condições de trabalho e contribuindo para elevar a qualidade de vida do trabalhador. Neste contexto, a Higiene Ocupacional (HO) pode favorecer significativamente para modificar tal cenário, por atuar diretamente na melhoria do ambiente laboral, mantendo-o dentro dos parâmetros seguros e saudáveis evitando o adoecimento dos trabalhadores.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Enciclopédia de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), define higiene ocupacional como: A ciência da antecipação, identificação, avaliação e controle dos riscos que se originam no local de trabalho ou em relação a isso e que podem colocar em perigo a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, também levando em consideração o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. (OIT, 2001, p. 30.3)

O investimento na área de HO traz benefícios não apenas aos trabalhadores, pois agrega valor para a organização e à sociedade, através dos seguintes aspectos:

  1. O atendimento a legislação de segurança e saúde no trabalhado, elimina possíveis multas, evitando prejuízos às empresas;
  2. Caracterização da exposição a agentes ambientais nocivos existentes no ambiente de trabalho, sejam eles: químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidente (mecânicos);
  3. Avaliação dos riscos potenciais à segurança e saúde de todos os trabalhadores;
  4. Definição das avaliações ambientais (quantitativas) que a empresa deve realizar;
  5. Favorecimento do diagnóstico e fornecimento de subsídios para implementação de medidas de controle para redução dos riscos, além de possibilitar a escolha de medidas de prevenção adequadas e eficazes;
  6. Auxílio no desenvolvimento de soluções técnicas para resolução dos problemas identificados após a realização da avaliação;
  7. Priorização das ações para controlar exposições que representem riscos inaceitáveis e intoleráveis;
  8. Fornecimento de subsídios para área de medicina do trabalho elaborar o PCMSO e monitorar a saúde dos trabalhadores;
  9. Melhoria das condições ambientais, de segurança, de saúde e da consequente qualidade de vida dos trabalhadores;
  10. Redução do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), gerando economia para as empresas que investem na prevenção;
  11. Melhoria do ambiente interno reflete no entorno da empresa (vizinhança), fortalecendo a responsabilidade socioambiental da organização.

Para obter os resultados esperados é necessário um profissional com competência técnica específica no assunto. Este profissional atua com um perfil investigativo para percepção de perigos, dos mais visíveis aos mais difíceis de serem detectados, inclusive prevendo aqueles que poderão surgir em função de alguma modificação no processo, novo projeto ou produto a ser utilizado. Também faz parte de suas atividades avaliar qualitativamente e/ou quantitativamente os riscos, operar os equipamentos de avaliação, assim como, estabelecer as medidas de proteção mais adequadas e eficazes para prevenção.

O investimento em cursos sobre higiene ocupacional para Técnicos e/ou Engenheiros de Segurança e Saúde do Trabalho, resultará no aprofundamento do conhecimento sobre o tema, agregando um diferencial curricular importante e valorizado no mercado atual, tornando-se um colaborador essencial para qualquer organização.

O crescente aumento no interesse dos profissionais por cursos sobre higiene ocupacional está relacionado com a oportunidade de aperfeiçoar a sua capacidade de:

  1. Ampliar a percepção sobre os perigos e riscos existentes no ambiente laboral;
  2. Ter condição de modificar o ambiente tornando-o mais seguro e saudável;
  3. Tomar decisões mais assertivas no gerenciamento de risco laborais;
  4. Estar atualizado com relação as novas modificações da legislação e normas técnicas;
  5. Aprender a utilizar equipamentos para realizar medição do grau de exposição aos riscos;
  6. Desenvolver a capacidade de acompanhar perícias judiciais de Higiene Ocupacional;
  7. Atuar em diversas áreas, seja em organizações do ramo da química, petroquímica, energia, agrícola, têxtil, construção, mineração, náutica, metalurgia, serviços, dentre outras;
  8. Agregar valor ao mundo do trabalho e à sociedade.

A constante atualização é importante para o profissional de qualquer área, transferindo para as organizações inovação e visões estratégicas no âmbito da segurança e saúde do trabalho, impactando em resultados positivos, além de aumentar as chances de empregabilidade.


Autora:

Bethania Cardoso Silva Copello | Engenheira Civil, Engenheira de Segurança do Trabalho, Especialista em Recuperação de Áreas Degradadas, Auditora Líder de Sistema de Gestão de QSMS.


Referências:

BRASIL. Dados estatísticos – Saúde e segurança do trabalhador. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: 2019. Presidência da República. Casa Civil. Publicação Diário Oficial da União. Brasília. Publicação atualizada em 25/03/2021 16h29. Disponível em: Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-social/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho>. Acesso em: 14 out. 2021

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo, Fundacentro, 2004.

International Organization for Standardization. ISO 45001: Sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional: Requisitos com orientação para uso. Tradução Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). São Paulo, 2018.

OIT. Enciclopedia de salud y seguridad en el trabajo. OIT (Organização Internacional do Trabalho), Genebra, 2001. Disponível em: < http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/TextosOnline/EnciclopediaOIT/tomo1/30.pdf>. Acesso em: 14 out. 2021

 

Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Técnicas de avaliação de agentes ambientais: manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007.

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