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Como a CNV pode melhorar nossas relações pessoais e profissionais?
“Para além do certo e do errado, existe um lugar: somente ali nos encontraremos” Krishnamurti
A Comunicação Não Violenta (CNV), prática sistematizada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, se baseia num conjunto de habilidades de linguagem e comunicação que potencializa a capacidade de continuarmos humanos mesmo diante de situações de estresse e conflitos, inerentes à nossa vida.
A CNV nos convida a não temer ou incendiar o conflito (atitudes mais comuns quando estamos diante dele) mas, olhá-lo como uma oportunidade de melhorar as nossas relações, por meio da compreensão de que todo comportamento é uma tentativa de satisfação das necessidades humanas universais, comuns a todos nós e que mobilizam nossas ações.
O ser humano é um ser sociável que ensina e aprende no convívio, que se desenvolve quando se relaciona e que utiliza a comunicação para compreender e ser compreendido. A comunicação expressa o que somos a cada momento, a nossa narrativa, nossas memórias, realizações, sonhos, símbolos... A proposta da CNV é que possamos estar conscientes das nossas necessidades, da nossa humanidade compartilhada, da nossa capacidade de conexão e comunição para além da linguagem verbal, lógica e unidimensional para, a partir daí, nos conectarmos com nossas forças internas, capazes de nos elevar a um patamar maior no entendimento e relação consigo e com o outro e na superação de conflitos vividos por todo ser humano.
A prática da CNV pressupõe o autoconhecimento. O questionamento sobre quem somos nós, como nos relacionamos, como afetamos os outros e como somos afetados por eles. A partir dessa consciência é possível “separar o joio do trigo” ao compreendermos que o comportamento do outro pode ser um estímulo para nosso sentimento, mas que, o outro não é responsável pelo o que sentimos e fazemos diante de um comportamento alheio.
Na CNV a compaixão surge como elemento essencial e que corresponde a nossa capacidade de responder a uma determinada situação sem causar dor nos outros e em nós mesmos, pois a compaixão fala de nossa natureza humana básica, por incluir o que mais nos afeta existencialmente: o sofrimento e a busca da felicidade. A compaixão não diz respeito à comiseração, ou “pena” de alguém, ou “ser bonzinho” com alguém, pois isso nos leva ao sentimento de superioridade, ao estado em que nos sentimos melhores que os outros.
“O que eu quero na minha vida é compaixão, um fluxo entre mim e os outros baseado em uma doação mútua do coração.”
Ser compassivo consigo (autocompaixão) e com o outro significa sentir verdadeiramente, que todos somos seres vulneráveis, que todos queremos ser felizes e evitarmos a dor e o sofrimento, que todos passamos por situações exitosas e por fracassos, todos nós compartilhamos as mesmas emoções e que todos somos, portanto, seres humanos que possuem virtudes e defeitos universais. O conceito da compaixão envolve ainda o desejo de fazer algo por si e pelo outro, para diminuir a dor. Na CNV isso significa considerar e incluir no diálogo as próprias necessidades e sentimentos e as dos outros e acolher o pedido que enriquecerá nossas vidas e melhorará nossa convivência.
Tomar consciência da nossa humanidade compartilhada, estar presente e cultivar o valor da compaixão, por mais que o outro se apresente de forma violenta ao falar conosco, é um caminho que nos remete à conexão com nossos valores sociais mais importantes e nos possibilita compreender (não necessariamente aceitar) as atitudes do outro, o que nos leva a sermos mais assertivos ao lidarmos com os conflitos
Além do que foi dito acima, outro ponto importante para a melhoria das relações pessoais e profissionais com a utilização da CNV é a intenção de entrar na conversa querendo compreender o que está por traz do comportamento do outro, buscando entender o que é importante para ele e que direciona a estratégia de ação. Quando entendemos melhor a atitude do outro e somos melhor compreendidos, isso gera uma conexão e uma relação de confiança que fomenta mudanças criativas e novos patamares na comunicação e relação interpessoal.
Segundo Marshall Rosenberg, para que a comunicação não violenta aconteça é necessário que quatro componentes sejam contemplados: observação, sentimento, necessidades e pedido.
Como podemos ver na figura acima, esse método evidencia a importância do saber ouvir, sentir e expressar. A proposição é que: 1 - observemos as ações concretas que estão nos afetando; 2 - como estamos nos sentimos diante do que estamos observando; 3 - quais as necessidades, valores... que estão mobilizando nossos sentimentos e determinando nossas ações; 4 – qual o pedido que precisamos fazer para enriquecer nossas vidas. É importante que esse método extrapole o lugar do eu e avance na direção do outro: o que o outro observa, sente, necessita ver atendido e pede para ficar em paz.
Esse esquema, quando praticado tem o potencial de restaurar a paz e o bom convívio familiar, social, profissional, pois evita o automatismo e a violência nas respostas às situações e conflitos do cotidiano. Propõe a criação de um espaço, uma desaceleração para perceber que algo dentro de nós está se movendo (emovere – emoção) e que é uma parte que muito contribui para o agravamento do conflito. Responder de forma consciente, considerando a si mesmo e o outro é um caminho para melhorar nossos relacionamentos.
A CNV é como um músculo e precisa de prática! Vamos praticar?
Autora:
Meiry Santana | Coach ACC/ICF | Instrutora de Mindfulness | Terapeuta Junguiana | Professora credenciada da Escola SESI de Gestão em SST
Referências Bibliográficas:
Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais” – Marshall Rosenberg, Editora Ágora; 4ª edição (2006).
Vivendo a comunicação não violenta, Marshall Rosenberg, Editora Sextante; 1ª edição (15 julho 2019)
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