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Epidemiologia, indicadores e a gestão em saúde
Epidemiologia, indicadores e a gestão em saúde
Por que a epidemiologia e os indicadores são importantes na gestão das empresas?
Com a pandemia a Epidemiologia ganhou destaque nos noticiários e páginas de jornais, integrando cálculos estatísticos a dados de saúde. Mas os temas discutidos nessa área não são novos, sendo inclusive citado na NR07, Norma Regulamentadora que versa sobre Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)[1]. Olhando para a história, “epidemia” é um termo que aparece em escritos desde os tempos da Grécia clássica e a referência mais antiga à palavra “epidemiologia” é de um texto do século XVI sobre a peste. No entanto, o status de disciplina científica só foi atingido na metade do século XX com os primeiros livros-texto exclusivamente dedicados ao detalhamento dos conceitos e métodos. Os primeiros escritos da área são baseados nas investigações etiológicas sobre as doenças transmissíveis, porém, com o passar do tempo a disciplina se tornou abrangente e hoje o campo da Epidemiologia inclui várias subdivisões, como o estudo de doenças crônicas e de grupos específicos, entre eles trabalhadores (Pereira, 2017), tornando-se deveras relevante para definição de políticas de saúde corporativa.
Embora não exista uma única definição de Epidemiologia, é consenso que essa ciência se dedica ao estudo do processo de saúde-doença nas coletividades humanas, analisando a ocorrência e distribuição dos agravos na população, os fatores determinantes dos eventos relacionados à saúde e propõe medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, bem como a promoção ou recuperação da saúde, produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas, serviços e ações de saúde (Almeida-Filho & Barreto, 2013; Pereira, 2017; Rouquayrol & Gurgel, 2018).
Uma das características da Epidemiologia é a abordagem dos fenômenos da saúde-doença por meio da quantificação. Entre os diversos métodos utilizados, têm-se os indicadores de saúde, que são fundamentais para que se conheça adequadamente uma situação e se possa mudar uma realidade ou planejar os próximos passos. Os indicadores de saúde informam a situação existente e permitem comparações, subsidiando a tomada de decisão racional e bem fundamentada; além disso, permitem presumir o que é provável de ocorrer no futuro e constatar mudanças que realmente aconteceram com o passar do tempo (Almeida-Filho & Barreto, 2013; Pereira, 2017).
Os indicadores de saúde são diversos e alguns são mais apropriados para certas situações do que outros. Muitos deles podem e devem ser utilizados quando se trata da saúde de trabalhadores e do planejamento de ações no âmbito do ambiente laboral. O uso da Epidemiologia e dos indicadores para conhecer a frequência dos eventos relacionados à saúde, suas tendências e distribuição populacional, constituem a base do estabelecimento de políticas e ações efetivas para a melhoria da situação de saúde dos diversos grupos populacionais, incluindo trabalhadores (Almeida-Filho & Barreto, 2013; Pereira, 2017).
No cenário atual, os custos com saúde suplementar e afastamentos tem gerado preocupação na alta gestão da empresa. Neste sentido, o estudo epidemiológico e utilização de indicadores em saúde, viabiliza tomadas de decisões mais claras e assertivas no momento de se planejar e gerir um programa de saúde corporativa.
[1] 7.2.2 O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.
Autora:
Dra. Tatiane Meira: Doutora e Mestre em Saúde Coletiva - área de concentração Epidemiologia e Saúde do Trabalhador. Pesquisadora do Centro Colaborador da Vigilância dos Acidentes de Trabalho do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA. Consultora credenciada no SESI Saúde e Professora na Escola SESI de Gestão em SST
Referências bibliográficas
Almeida-Filho, N.A.; Barreto, M.L. Epidemiologia & Saúde: Fundamentos, Métodos e Aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
Pereira, M.G. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Rouquayrol, M.Z.; Gurgel, M. (Orgs.). Epidemiologia e Saúde. 8. ed. Rio de Janeiro, Medbook, 2018.
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