Encontre seu curso

;

Publicações

Liderança e Saúde - Saúde e bem estar -

Os Benefícios da Resiliência na vida e no trabalho

10/11/2021

Na Psicologia Positiva, as pesquisadoras Michele Tugage e Barbara Fredrickson definem a resiliência como a capacidade de se recuperar de experiências emocionais negativas e de se adaptar as experiências estressantes. Para a Karen Reivich, pesquisadora da Universidade da Pensilvânia, a Resiliência é a capacidade de se recuperar das adversidades e de crescer a partir dos desafios e dos seus estressores (Reivich & Shatte, 2002). Perceba que os conceitos de resiliência possuem familiaridade e ressaltam a importância da flexibilidade para lidar com os desafios e as adversidades. E na prática, quer dizer que diante de uma situação estressora, a pessoa reconhece os seus recursos internos e sabe utilizá-los para superar as circunstâncias, preservando a sua saúde mental e o bem-estar.

Veja algumas características de pessoas resilientes:

  • Superam desafios e resolvem os problemas rapidamente;
  • Encontram recursos em si mesmas para lidar com o estresse;
  • Reconhecem os seus pontos fortes e fazem uso deles a seu favor;
  • Possuem uma visão positiva de si mesmas e do mundo;
  • Gerenciam as suas emoções de forma eficaz.

Nesse sentido, a resiliência pode ser desenvolvida e tem, também, a função de nos proteger do adoecimento psíquico. Abaixo, apresentamos as variáveis ​​críticas que permitem o desenvolvimento dos aspectos psicossociais da resiliência e que atuam como fatores de proteção ao adoecimento psíquico:

Biologia considera que todos nós temos um grau de herdabilidade na forma como o nosso corpo responde ao estresse, deflagrando reações químicas que resultam em emoções. 

Autoconsciência nos ajuda a reconhecer os nossos pensamentos, nossos recursos internos e as nossas emoções. Ela também nos ajuda a entender o que estamos sentindo, permitindo a comunicação com as nossas emoções e no reconhecimento de como reagimos a elas e as situações de adversidade.

Autorregulação é a nossa capacidade de monitorar, perceber e regular os nossos pensamentos, nossos comportamentos e a nossa fisiologia, permitindo que possamos alterá-los de acordo com as exigências da situação.

Agilidade Mental é a nossa capacidade de ver as situações de várias perspectivas, o que nos permite ser capaz de olhar para uma situação por vários pontos de vista e encontrar soluções para os problemas.

Otimismo é crítico em resiliência, por ser a capacidade pensar em diferentes perspectivas, de ser e permanecer positivo quanto ao futuro, o que nos faz buscar uma solução favorável mesmo nas situações mais difíceis.

Conexão refere-se aos relacionamentos interpessoais e a espiritualidade, que nos ajuda a nos conectarmos com as pessoas em quem confiamos e a algo maior como uma missão, um propósito, uma ideia, algo em que acreditamos ser importante e que vale a pena lutar.

Autoeficácia é a percepção que temos de nós mesmos que nos faz acreditar em nossa própria capacidade de realização e de alcançar resultados positivos.

Instituições Positivas existem variáveis ​​que promovem o senso de segurança e podem apoiar e aumentar ainda mais essas variáveis ​​interpessoais e intrapessoais. Essas instituições podem ser: uma família, uma comunidade ou um local de trabalho.

Dentre as variáveis, vamos aprofundar no Otimismo por contribuir para o desenvolvimento do aspecto cognitivo da resiliência e atuar como um estilo explicativo. Ou seja, uma forma de responder o que nos acontece de bom ou de ruim.

Os estudos sobre os estilos explicativos de pensamento, no campo da Psicologia Positiva, começaram no ano de 2000 e se debruçam a entender como uma pessoa percebe os eventos que acontecem em sua vida, que pode ser sob uma perspectiva otimista ou pessimista.

Para a Psicologia Positiva, tanto o otimismo quanto o pessimismo referem-se ao modo como uma pessoa pensa e explica as causas de eventos ruins ou bons que lhe acontecem, evidenciando o seu “estilo explicativo” (Seligman, 2002). Pessoas otimistas, ao serem confrontadas com situações difíceis, adversas ou traumáticas, vivenciam emoções positivas relacionadas ao futuro, enquanto as pessoas pessimistas tendem a cultivar emoções negativas.

Além de ser um estilo de pensamento, o otimismo também é uma emoção positiva relacionada ao futuro. E assim sendo, provoca aproximação das pessoas e gera uma série de benefícios para a vida, tais como:

  • Diminui o estresse do coração;
  • Ajuda a lidar com o estresse de maneira mais eficaz;
  • Favorece a um maior apoio social e os relacionamentos;
  • Promove bem-estar mental e emocional;
  • Menor probabilidade de apresentar sintomas de depressão;
  • Maior resposta imune e menor chances de adoecer;
  • Menor probabilidade de ter doença arterial coronariana;
  • Menor chance de morrer;
  • Proporciona maior engajamento e aumento do desempenho;
  • Maior chance de permanecer no emprego.

De acordo com o que foi exposto acima, hoje a Resiliência tem sido cada vez mais requerida dentro das empresas, uma vez que líderes e colaboradores estão tendo que lidar com mudanças disruptivas e com os efeitos dos estressores de um mundo cada vez mais frágil, ansioso, não-linear e incompreensível, conhecido como Mundo BANI.

Se você está sentindo a necessidade de desenvolver a Resiliência em você e no seu time, não perca a aula aberta que vai acontecer no dia 10 de novembro, às 19 horas.


AUTORAS:

Camila Roxo 

Psicóloga | Educadora Corporativa | Especialista em Gestão de Pessoas e em Gestão Empresarial | Professora Credenciada da Escola SESI de Gestão em SST.

Elisa Chies

Psicóloga | Consultora em Desenvolvimento Humano e Organizacional | Especialista em Psicologia Analítica | Professora Credenciada da Escola SESI de Gestão em SST.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

REIVICH, K. J., & SHATTE, A. The resilience factor. New York: Random House-Doubleday, 2002. 

SELIGMAN, M. E. P. Felicidade Autêntica. Rio de Janeiro: Ponto de Leitura, 2002.

TUGATE, M.M.; FREDERICKSON, B.L. Resilient individuals use positive emotions to bounce back from negative emotional experiences. Journal of Personality and Social Psychology, 86:320-333, 2004.

Outras publicações

;